Na edição da semana passada, a revista Veja apresentou o seguinte título de capa: “Por que o emprego público voltou a valer a pena”.
A reportagem apresenta as vantagens de se tornar um funcionário público no Brasil, posição esta, almejada por boa parte da classe média, diz a revista. A Veja estima que serão criados 100.000 novos cargos públicos neste ano sendo que, em 2006, 5 milhões de brasileiros disputaram aproximadamente 300 concursos em busca de uma posição com estabilidade. Este ano a concorrência deve ser ainda maior.
Mas quais os motivos para esta situação?
No Brasil, o funcionalismo público tem estabilidade e como mostra a reportagem, ganha mais do que na iniciativa privada nos dias de hoje. Todos sabemos que a estabilidade, por mais importante que seja em alguns cargos, tem também suas conseqüências. A produtividade é perdida na média, pois é da natureza humana um certo acomodamento diante de uma situação de menor pressão. Em suma, com esta análise bem simples, hoje temos no Brasil empregos públicos onde se ganha mais, com maior estabilidade e com a possibilidade de se trabalhar menos. É natural que todo mundo queira.
Mas isto é sustentável?
Obviamente que não. Todos nascemos vocacionados para alguma coisa, e certamente muitos para trabalhar na iniciativa privada. Muitos destes irão para empregos públicos, aumentando a concorrência por estas posições. Existe um lado bom que é o provável aumento da qualidade e da eficiência dos serviços públicos, mas certamente será a custo de perdas na iniciativa privada, que no final é quem gera riqueza e paga impostos.
Não é fácil encontrar uma estabilidade nesta equação, mas a reportagem de Veja mostra claramente que estamos ainda longe disto.
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